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Medicamento também é droga

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Por definição, droga é qualquer substância utilizada na preparação de medicamentos ou em misturas químicas. É também entorpecente. Do ponto de vista dos efeitos e reações que provocam no organismo, não há muita diferença entre o que é chamado de remédio e droga, no sentido mais popular da palavra. Prova disso são os efeitos colaterais dos medicamentos e até a dependência que causam. Não é à toa que alguns medicamentos são prescritos e vendidos sob rigoroso controle.

No entanto, o consumo abusivo de medicamentos sem prescrição médica é assustador. Relatório da Junta Internacional de Fiscalização a Entorpecentes (Jife), órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), alerta para o uso abusivo de medicamentos prescritos em todo o mudo e revela dados impressionantes. Nos Estados Unidos, o abuso de medicamentos prescritos é o segundo maior problema em meio ao cenário das drogas. Com 8,2 milhões de usuários, fica atrás apenas da maconha e supera o número total de usuários de drogas sintéticas como cocaína, heroína, alucinógenos, ecstasy e inalantes. Em 2008, existiam 6,2 milhões de norte-americanos viciados em remédios.

Já na Alemanha, entre 1,4 e 1,9 milhão de pessoas são viciadas em remédios. Em vários países europeus, entre 10% e 18% dos estudantes usam sedativos ou tranquilizantes sem receita.

No Brasil não é diferente, o consumo abusivo de medicamentos é uma realidade que se agrava ainda mais com a cultura da automedicação que, por sua vez, é reforçada pelo quadro caótico da saúde pública. É muito mais fácil passar em uma farmácia e comprar um medicamento sem receita, uma vez que o acesso a médicos é, na maioria das vezes, complicado, mesmo para quem dispõe de plano de saúde. Basta ver o quanto são lotados prontos-socorros, centros de saúde e até mesmo pronto-atendimento de hospitais particulares.

Farmácias ilegais ou que comercializam produtos de forma indevida existem em várias cidades, inclusive em Mato Grosso. No final do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fechou seis pontos de vendas e fabricação ilegal de remédios. Na internet também as farmácias ilegais se proliferam e comprar medicamentos sem prescrição é cada vez mais simples.

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